
"Da estradinha de terra saía outra mais estreita ainda, mais precária, mas ladeada por hortênsias em flor. Uma plaquinha pregada com esmero na árvore bem na encruzilhada anunciava os produtos à venda. Propaganda é a alma do negócio. Não interessa se a língua é português de verdade ou um arremedo. E se eu, que passava de carro, consegui ver o anúncio, quem dirá os homens e mulheres cotidianos, a pé ou de carroça. Na andança sem pressa, muito mais chance de dar uma paradinha. Quem sabe um café, um bolinho de fubá, um pãozinho de queijo, já que o cenário era o sul de Minas. Por menos de 10km, seria São Paulo, mas não interessa – passou pro lado de cá, é mineiro e ninguém tasca. Até a fala fica mais lenta, os dias passam preguiçosos, os visitantes param um bocadim... e é aí, no vagar dos passos, que a plaquinha jamais deixa de ser vista. Em tempo: a cena foi clicada em uma estrada rural no charmosinho município de Extrema, em Minas Gerais, no fim de semana da animada Festa Extremamente Caipira (isso sim é nome bem dado, uai!), em julho de 2009".
O texto e a foto são da jornalista e amiga Mariela de Castro Santos Aguilar. Ela é dessas pessoas que a gente gosta gratuitamente, desses espíritos que a gente não precisa conviver para se lembrar.
Um comentário:
Querida Melissa, obrigada pelas palavras tão carinhosas! fiquei feliz por ver que a distância e o tempo não foram capazes de nos afastar. E agora que descobri seu blog, vou passar por aqui sempre... Ele me faz lembrar de coisas simples e gostosas, em meio à correria da vida paulistana. Um beijo, querida.
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